Energia Ovárica e Uterina
- Ise Mahsati
- 3 de ago. de 2019
- 5 min de leitura

Os Ovários sãos os reservatórios dos Óvulos.
Os Óvulos são as sementes potenciais da vida. As sementes onde estão guardadas todas as informações sobre o “eu”. Todas as nossas energias criativas potenciais estão reservadas nos ovários. De lá emergem todas as potencialidades (possibilidades) de energias que poderão ser utilizadas para as nossas realizações.
Cada um de nós carrega diversas potencialidades. Que é um conjunto de capacidades de realização. Da mesma maneira que, também, deixa de carregar diversas potencialidades, que jamais serão nossas capacidades.
Somente a partir da semente é possível a re-produção, a re-criação, que na verdade é o fruto daquela semente.
Metafísica e energeticamente, os ovários (onde estão nossas sementes) é o local onde está guardada nossa mais autêntica e profunda consciência de nós mesmas. O local de maior centramento de quem somos e de todas as possibilidades que trazemos e que podem se concretizar.
Essas potencialidades (ou possibilidades) são todas as nossas vontades, desejos, projetos, dons, sonhos e ímpetos de realizações. De maneira geral, mensalmente todo o nosso sistema feminino (do ventre) se mobiliza para viabilizar a gestação dessas potencialidades, através desta emanação energética, a qual é guiada por uma inteligência gigantesca de nosso ventre que manobra nossa ciclicidade posicionando nosso período de maior vigor energético exatamente correspondente ao período de maior exigência de realização dessas potencialidades. Ou seja, de maneira geral, nosso período fértil coincidirá com a época do mês em que temos que ter mais vigor para nossas conquistas.
Mensalmente a orquestra hormonal faz com que alguns folículos amadureçam, mas somente um irá atingir seu ápice total de maturação liberando o óvulo. Apenas um óvulo potencial (uma semente) torna-se maduro para nutrir-se no útero (terra fértil), que o transformará em fruto. Essa é a energia de ação que emana no ventre e metafisicamente age em todos os sistemas: denso (corpo físico) e sutis (corpos energéticos).
Por ação desta mesma orquestra de hormônios, todos os meses o útero prepara-se para acolher a semente germinada, protegendo-a dentro de si, para nutri-la e fazê-la crescer até que ela atinja seu mínimo estágio de sobrevivência solo e assim ele poderá parí-la em segurança. Energeticamente o útero é o local onde todos os nossos potenciais estão seguros para se alimentar das energias necessárias para crescerem até tornarem-se concretos.
Fisicamente o útero acolhe, nutre e expulsa a semente. Metafisicamente seu movimento energético é exatamente esse também: acolhe, nutre e vibra na vida do qual ele está cheio; E num outro momento, expulsa de si essa vida experienciando o vazio da morte; e estando vazio, novamente sua ciclicidade se prepara para um novo acolhimento e assim segue.
O ventre feminino traz essa sabedoria, que pode ser suprimida ou mudada, por intervenção da vontade ou por doenças. Mas energeticamente, inegável e irremediavelmente não há como fugir ou mudar essa natureza primordial.
Todas as mulheres que não estão em paz com essa sabedoria cíclica maternal inerente ao ventre consequentemente não estarão em paz em sua totalidade de alma também.
Estar em paz com os ovários é estar em fluidez com sua capacidade de “centramento” e com a sabedoria de bem utilizar e administrar todas as potencialidade de si.
Os ovários adoecem inicialmente pela dificuldade, incapacidade, inabilidade ou negação de “centramento”. Com a incapacidade de saber, conhecer e reconhecer suas próprias potencialidades e nelas investir sua energia de criação. Investindo sua energia de criação em potencialidades que não são suas primordialmente (são da cultura, da família, dos amigos, da necessidade de ganho de dinheiro, do medo, da moda, dos julgamentos alheios e de tantas outras cobranças impostas). Um dos maiores motivos dessa incapacidade de “percepção” é a inconsciência de si, somada a inúmeras dores e consequentes couraças de proteção para não sofrer. Fechando-se ao sofrimento, inconscientizando-se, também se fecha a consciência de si e as percepções de seu universo único.
Demais distúrbios dos ovários têm suas leituras metafísicas específicas. Mas o “não centramento” é o princípio de todos os quadros de problemas nos ovários. Para que haja cura (de qualquer desequilíbrio ovárico) os primeiros passos são: o reconhecimento desse padrão e o investimento em se centrar e se conscientizar sobre suas potencialidades.
O Útero é o receptáculo da vida. O local preparado mensalmente para receber uma nova vida, nutri-la e pari-la.
Estar em paz com seu útero é estar em fluidez com sua capacidade de acolhimento, proteção, poder de realização, e sabedoria de criar e de finalizar seus projetos.
Energeticamente as fases do o útero se dividem em duas: uma delas - a de vida, no qual se expande (reconhecendo toda a sua importância maternal no qual a semente depende de seus cuidados) e assim acolhe, nutre, cuida, gesta, permitindo que a vida se forme e aconteça dentro dele; E a outra: a de morte, no qual se retrai (reconhecendo que a semente já não mais precisa de seus cuidados; que todo o tempo dedicado foi bem sucedido e é hora de expulsá-la).
O útero adoece quando suas forças de acolhimento são tolhidas; quando todo seu potencial nutridor e cuidador não fluem saudavelmente para alimentar seus projetos mais valiosos (com isso acaba se desviando para nutrir qualquer outro projeto que não pertence a sua própria natureza); quando a mulher experimenta o sentimento amargo da impotência sentindo-se incapaz e inadequada; isso pode levar a uma evolução de cobranças no qual seus próprios julgamentos a atormentam por suas incapacidades. Com isso, sua energia é esvaída trazendo-lhe desgaste, cansaço e a sensação de não realização.
Ao mesmo tempo quando sua sabedoria íntima não compreende a necessidade do encerramento (de relações, projetos, sonhos), apegando-se a situações, pessoas e cenários de maneira doentia e teimosa, desrespeitando os limites de si e dos outros; quando nutre a obstinação por qualquer coisa ou situação, alimentando o exagero (que diz respeito a quantidade e tempo).
Enfim, quando não há consciência em si do eterno movimento de acolher, cuidar e deixar ir (parir).
Um dos maiores motivos da incapacidade dessas percepções é, assim como a terra fértil - o contrário dela, a secura, a falta de compaixão, de solidariedade e amor que acolhe; a secura ácida que envenena e quebra (a própria terra) e as relações afastando de si as relações amorosas, prazerosas, o contato com os outros em doação e recebimento; que cuida e é cuidado; a confiança da entrega (quem se permite o acolhimento, confia nessa entrega). E também o cuidado excessivo, teimoso e obstinado, que esconde em si o apego, a carência e a dependência emocional.
Outra leitura metafisica do útero é:
O útero é um órgão de energia YIN (feminina) e sua sabedoria acolhedora absorve constantemente energia dos ambientes através de seus principais portais: vagina e umbigo. Aprender dominar e controlar essa absorção energética é de vital importância para saúde uterina. Assim o útero não irá adoecer por saturações de energias que ele não tem capacidade de transmutar (acolher, nutrir e parir).
Mais uma leitura metafísica e energética do útero:
Mesmo sendo um órgão de energia YIN, seu movimento contém em si as duas polaridades: a yin e a yang. Resultando num movimento energético circular e cíclico (masculino e feminino, o que sobe e o que desce, a vida e a morte, que se expande e se retrai, que socializa e que se recolhe). Quando esse movimento é deficiente a integridade do útero fica ameaçada podendo levar a desequilíbrios e doenças.
Toda terapia feminina do ventre de autoconsciência e auto cura deve visar restabelecer:
- A capacidade de centramento
- A habilidade do acolhimento amoroso, sábio e consciente
- O altruísmo do cuidar respeitoso sem apego
- A capacidade de proteção que reconhece os movimentos energéticos e absorve somente aqueles os quais se saberá transmutar (acolher, gestar e parir)
- A sabedoria da fluidez das energias uterinas yin e yang
(Texto de Ise Mahsati orientado pelas anciãs Filhas da Lua)
Foto de Ise Mahsati. Modelo: Cinthia Canale Pimenta
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